sábado, 16 de outubro de 2010

Sabes...

Sabes, um dia trabalhei com a areia.

Os grãos são bons operários ao sol,

Quando banhados pela água arrefecem até a mágoa.

Constroem grandezas na nossa morfologia,

Motivados pelo vento e barrados pelo suor.


A irritação é parte constante dos chefes do destino,

Regulados por conceitos esvaziados,

Banhados em águas que não conseguem lavar estes grãos que a tudo se agarram.

Bons operários ao sol… belos operários!


Sabes, nesse dia não havia sol, nem lua.

Nesse dia só existiam chefes do destino,

Tal como sempre, eles estão presentes,

Comandam esses grãos penetrantes, á margem do espraiar da ondulação.

Ocultam-se naquele turbilhão de realidade e sonhos; ocultam-se em nós.


Sabes, esse dia… não me lembro quando foi.


Procurei encontrar um ou outro grão que pudessem motivar a minha memória,

Procurei por todo o limiar dos chefes do destino,

E nenhum me soube responder.

Disseram-me para perguntar aos do próximo turno,

Mas que certamente não ia encontrar qualquer lembrança.

A brisa constante que desde então se fazia sentir, certamente já havia levado esses grãos

Ate ao limiar dos chefes do destino,

Onde a água varre todas as mágoas.

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