quinta-feira, 26 de maio de 2011

As senhoras primeiro

A quem me roubou todas as noites guardadas nos lábios, sonhadas entre corrupios de turvos fios de fumo de cigarros, enquanto pelas ruas marchavam dançando sombras de albas horas, ao som de trovões e notas de pingos.

O meu coração partiu no último comboio de uma noite sem sono, e assim obrigou-me a percorrer a cidade, com passos sem destino, nessa hora maldita em que os barcos estão prestes a chegar de um mar morto, e enquanto tento beber toda a minha incompreensão de uma garrafa que não parece ter fim.

Ofereci o mundo em troca de um coração, numa noite em que quis um bater de peito civilizado, “Por favor, as senhoras primeiro… Eu insisto. Não venho de lugar algum, e tu, não sabes para onde vais, caminhamos juntos?!"