domingo, 14 de fevereiro de 2010

Já é tarde...

E a brisa seria o acariciar que aviva o fogo do nosso amor, num ou noutro dia, em que o frio gelasse o teu coração. E talvez, quando o tempo se tenha distanciado o suficiente, essa brisa do final de Agosto, te aqueça a memória.

Ficam as recordações, a saudade, e a nostalgia enorme por um futuro desconhecido. Hoje fumo muito, perco tantas quantas noites tenho sem sono num erro continuo. Por vezes o álcool foi refúgio, a pele também, aquela procura nocturna de algo que preencha a alma carente, por tantas estradas quantas a vontade e a incerteza me podia dirigir. Hoje não durmo, decidi que não me apetece, a noite já não é aquela pausa solene. Não sonho, mas tenho saudades de tal, não sei sequer se quero, não sei bem o que quero. Reclamo por um objectivo.

Queria parar o mundo por um segundo, um segundo passado, onde guardo toda a minha bondade amorosa e todo o meu amor-próprio, a minha vida secreta. Um segundo onde sorrio sem mostrar os dentes, um segundo numa praia secreta num barco velho. Um segundo em quatro paredes sem janelas. Um segundo naquele sofá… um segundo de paz. Acendi outro cigarro, ah como me fazem companhia…

Queria arrancar o meu coração. Arrancar e poder polir todos os pontos baços, deixá-lo brilhante, limpo. Queria o teu coração nas minhas mãos, sem escorrer por entre os dedos. Ninguém precisa de saber.

Está escuro, e tudo o que vejo são recordações. E eu assim preferindo, fico aqui, onde ninguém sabe o que quero. Afirmo que o presente esta longe, mas eu não, e sempre que quiseres, eu estou aqui perdido, neste tempo sem nome.

O sol já nasceu, hoje está calor, tu aqueces-me. Durmo com duas almofadas, uma mais alta e rija, a outra de penas, suave, macia e vazia.

Vou comer, já é tarde.